Atividades de Campo no ensino da Geologia

opiniões de professores portugueses sobre formas ideais de as usar

Autores

  • Luís Dourado Universidade do Minho
  • Laurinda Leite Universidade do Minho

Palavras-chave:

Atividades de campo. Ensino de Geologia. Opiniões de professores. Abordagem ideal.

Resumo

Devido à elevada dimensão espacial e temporal da maior parte dos fenómenos geológicos, não é possível reproduzir no laboratório os fenómenos a estudar, pelo que, se o professor de Geologia pretender colocar os alunos em contato com esses fenómenos, terá que organizar uma saída de campo para que as necessárias e adequadas atividades sejam realizadas no lugar onde esses
fenómenos ocorrem. Contudo, e apesar de professores e alunos reconhecerem diversas potencialidades didáticas das saídas de campo, os professores raramente as organizam e justificam isso com base em diversos impedimentos. Neste artigo relatam-se os resultados de um estudo em que 233 professores portugueses de Biologia e Geologia foram inquiridos acerca de formas ideais
de integrar as atividades de campo na componente de Geologia, no 3º ciclo do Ensino Básico (n=102) e no Ensino Secundário (n=131). Os resultados sugerem que as práticas que os professores gostariam de implementar, caso não houvesse constrangimentos à realização de atividades de campo, não seriam, na maior parte dos casos, muito diferentes das práticas implementadas que são relatadas na literatura. Esta falta de exigência e de ousadia por parte dos professores, no que
concerne ao modo como as atividades de campo deveriam ser utilizadas, sugere a necessidade de a formação inicial e contínua de professores contemplar uma bordagem adequada das saídas de campo e de as escolas se reorganizarem para facilitarem a organização, fundamentada, das mesmas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Luís Dourado, Universidade do Minho

Doutor em Educação em Ciências pela Universidade do Minho, pesquisador do Centro de Investigação em Educação - Universidade do Minho.

Laurinda Leite, Universidade do Minho

Doutora em Educação em Ciências pela Universidade do Minho, pesquisadora do Centro de Investigação em Educação - Universidade do Minho

Referências

ALEXANDAR, R.; POYYAMOLI, G. The effectiveness of environmental education for sustainable development based on active teaching and learning at high school level-a case study from Puducherry and Cuddalore regions, India. Journal of Sustainability Education, v. 7, 2014. Disponível em: <http://www.susted.org/> Acesso em 15/04/2016.

ALVAREZ-SUÁREZ, R. La utilización de modelos experimentales en Geologia. Alambique: Didáctica de las Ciencias Experimentales, v. 35, p. 60-69, 2003.

ANDERSON, D.; KISIEL, J.; STORKSDIECK, K. Understanding teachers’ perspectives on field trips: discovering common ground in three countries. Curator: the Museum Journal, v. 49, n. 3, p. 365-386. 2006.

AUSUBEL, D.; NOVAK, J.; HANNESIAN, H. Psicologia educacional. São Paulo: Editora Interamericana, 1980.

BALCI, A. The impact of geographical trips on geography teaching. Education, v.131, n. 1, p. 33-42. 2010.

BARROS, J.; ALMEIDA, P.; CRUZ, N. Fieldwork in geology: teachers’ conceptions and practices. Procedia - Social and Behavioral Sciences, v. 47, p. 829-834. 2012.

BERHENT, M.; FRANKLIN, T. A review of research on school field trips and their value in education. International Journal of Environmental & Science Education, v. 9, p. 235-245. 2014.

BEREZUK, P.; OBARA, A.; SILVA, E. Concepções e práticas de professoras de ciências em relação aos trabalhos: prático, experimental, laboratorial e de campo. in VII ENPEC – Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências. 2009. Disponível em: < http://posgrad.fae.ufmg.br/ posgrad/viienpec/pdfs/1675.pdf> Acesso em 05/03/2016.

BRAUND, M.; REISS, M. The nature of learning science outside the classroom. in BRAUND, Martin; REISS, Michael (eds) Learning science outside the classroom. London: Routledge, 2004, p.1-12.

BRUSI, D.; ZAMORANO, M.; CASELLAS, R.; BACH, J. Reflexiones sobre el diseño por competencias en el trabajo de campo en Geología. Enseñanza de las Ciências de la Tierra, v. 19, n. 1, p. 4-14. 2011.

COMPIANI, M. Geologia/Geociências no ensino fundamental e a formação de professores. Geol. USP Publ. Espec., v. 3, p. 13-30. 2005.

COMPIANI, M.; CARNEIRO, C. Os papéis didácticos das escursões geológicas. Enseñanza de las Ciencias de la Tierra, v.1, n. 2, p. 90-98. 1993.

COSTA, C. Interdisciplinaridade: das conceções às representações de práticas de professores de ciências. in CASTELLAR, Sônia. & MUNHOZ, Gislaine (Org.) Conhecimentos escolares e caminhos metodológicos. São Paulo: Xamã Editora, 2012, p. 101-120.

DILLON, M. Teaching science outside the classroom. in TOPLIS, Rob (ed) How science works London: Routledge, 2011, p. 134-147.

DOURADO, L.; LEITE, L. Field activities, science education and problem-solving. Procedia - Social and Behavioral Sciences, v. 106, p. 1232-1241. 2013.

DOURADO, L.; LEITE, L. The use of field activities in Geology teaching: conceptions and representations of practices of Portuguese teachers. Turkish Online Journal of Educational Technology, n. Especial 2, p. 681-691, 2015.

DUMMER, T.; COOK, I.; PARKER, S.; BARRETT G.; HULL, A. Promoting and assessing ‘deep learning’ in Geography fieldwork: an evaluation of reflective field diaries. Journal of Geography in Higher Education, v. 32, n. 3, p. 459-479. 2008.

FULLER, I.; GASKIN, S.; SCOTT, I., Student Perceptions of Geography and Environmental Science fieldwork in the light of restricted access to the field, caused by foot and mouth disease in the UK in 2001. Journal of Geography in Higher Education, v. 27, n. 1, p. 79–102, 2003.

HAN, L.; FOSKETT, N. Objectives and constraints in geographical fieldwork: teachers’ attitudes and perspectives in senior high schools in Taiwan. International Research in Geographical and Environmental Education, v. 16, n. 1, p. 5-20. 2007.

HOWARTH, S.; SLINGSBY, D. Biology fieldwork in school grounds: a model of good practice in teaching science. School Science Review, v. 87, n. 320, p. 99-105. 2006.

JAÉN, M., & BERNAL, M. Integración del trabajo de campo en el desarrollo de la enseñanza de la Geologia mediante el planteamiento de situaciones problemáticas. Enseñanza de las Ciencias de la Tierra, v. 1, n. 3, 153-166. 1993.

KING, H.; GLACKIN, M. Supporting Science learning in out-of-school contexts. in OSBORNE, Jonathan; DILLON, Justin (eds.) Good practice in science teaching: what research has to say. Berkshire: Open University Press, 2010, p. 259-273.

LOCK, R. Fieldwork in life sciences. International Journal of Science Education, v. 20, n. 6, p. 633-642. 1998.

LOCK, R. Biology fieldwork in schools and colleges in the UK: an analysis of empirical research from 1963 to 2009. Journal of Biological Education, v. 44, n. 2, p. 58-64. 2010.

MARQUES L.; PRAIA J. Educação em Ciência: actividades exteriores à sala de aula. Terræ Didatica, v. 5, n.1, p. 10-26. 2009. Disponível em <http://www.ige.unicamp.br/terraedidatica/>

MCMILLAN, J.; SCHUMACHER, S. Research in education: evidence-based inquiry, 7a. ed. New Jersey: Pearson International Edition, 2010.

MORCILLO, J.; RODRIGO, M.; CENTENO, J.; COMPIANI, M. Caracterización de las prácticas de campo: justificación y primeros resultados de una encuesta al profesorado. Enseñanza de las Ciencias de la Tierra, v. 6, n. 3, p. 242-250, 1998.

ORION, N. A model for the development and implementation of field trips as an integral part of the science curriculum. School Science and Mathematics, v. 93, n. 6, p. 325-331. 1993.

ORION, N. (1998). Implementation of new teaching strategies in different learning environments within science education. in FERNANDES, Domingos (org). Conferência internacional Ensino secundário: projectar o futuro, políticas, currículos, práticas. Lisboa: Ministério da Educação, 1998, p. 125-139.

PEDRINACI, E.; SEQUEIROS, E.; GARCIA, E. El trabajo de campo y el aprendizaje de la Geología. Alambique: Didácticas de las Ciências Experimentales, v. 16, n. 1, p. 17-20. 1994.

REBELO, D.; MARQUES, L.; COSTA, N. Actividades en ambientes exteriores al aula en la Educación en Ciencias: contribuciones para su operatividad. Enseñanza de las Ciencias de la Tierra, v. 19, n. 1, p. 15-25. 2011.

REMMEN, K.; FRØYLAND, M. What happens in classrooms after earth science fieldwork? Supporting student learning processes during follow-up activities. International Research in Geographical and Environmental Education, v. 24, n. 1, p. 24-42. 2015.

RYAN. R.; DECI, E. 2000. Intrinsic and extrinsic motivations: classic definitions and new directions. Contemporary Educational Psychology, v. 25, p. 54-67, 2000.

SCORTEGAGNA, A.; NEGRÃO, O. Trabalhos de campo na disciplina de Geologia introdutória: a saída autônoma e seu papel didático. Terra e Didatica, v. 1, n. 1, p. 36-43, 2005.

SCOTT, G.; BOYD, M.; SCOTT, L.; COLQUHOUN, D. Barriers to Biological fieldwork: what really prevents teaching out of doors?. Journal of Biological Education, v. 49, n. 2, p. 165-178, 2015.

SCOTT. I.; FULLER, I.; GASKIN, S. Life without fieldwork: some lecturers’ perceptions of Geography and Environmental Science fieldwork. Journal of Geography in Higher Education. v. 30, n. 1, p. 161-171, 2006.

STOKES, A.; MAGNIER, K.; WEAVER, R. What is the use of fieldwork? Conceptions of students and staff in Geography and Geology. Journal of Geography in Higher Education, v. 35, n. 1, p. 121-141. 2011.

TARBUCK, J.; LUTGENS, F.; TASA, D. Earth: an introduction to Physical Geology, 11a. ed. Boston: Pearson, 2014.

TORO, R.; MORCILLO, J. Las actividades de campo en educación secundaria. Un estudio comparativo entre Dinamarca y España. Enseñanza de las Ciencias de la Tierra, v. 19, n. 1, p. 39-47. 2011.

UITTO, A.; JUUTI, K.; LAVONEN, J.; MEISALO, V., Students' interest in Biology and their out-of-school experiences, Journal of Biological Education, v. 40, n.3, p. 124-129, 2006.

VAN DRIEL, J.; ABELL, S. Science Teacher Education. in MCGRAW, Barry; PETERSON, Penepole; BAKER, Eva (eds) International Encyclopedia of Education, 3a. ed, v. 7. Oxford: Elsevier, 2010, p. 712-718.

VIVEIRO, A.; DINIZ, R. As atividades de campo no ensino das ciências. in NARDI, Robert (org) Ensino de ciências e matemática I: temas sobre a formação de professores. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2009, p.27-42. Disponível em <http://books.scielo.org/id/g5q2h/pdf/ nardi-9788579830044-03.pdf > Acesso em 05/03/2016.

ZAMALLOA, T.; MAGUREGI, G.; FERNÁNDEZ, M.; ECHEVARRÍA, I.; SANZ, J. Acercar la geodiversidad através de las salidas de campo en la ESO. Una investigación con el profesorado de ciencias de Bizkaia. Enseñanza de las Ciencias, v. 32, n. 3, p. 443-467. 2014.

Downloads

Publicado

2024-08-27

Como Citar

DOURADO, L.; LEITE, L. Atividades de Campo no ensino da Geologia: opiniões de professores portugueses sobre formas ideais de as usar. Revista Internacional de Formação de Professores, Itapetininga, v. 1, n. 2, p. 10–35, 2024. Disponível em: https://periodicoscientificos.itp.ifsp.edu.br/index.php/rifp/article/view/1829. Acesso em: 7 nov. 2024.

Edição

Seção

Artigos